quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Avaliação Chevrolet Cobalt LTZ, Parte 1 - Aspectos Gerais

Diferente das outras avaliações, o Chevrolet Cobalt LTZ que foi avaliado pelo Direção Assistida não se trata de um modelo alugado, visto que nenhuma locadora dispõe do veículo, pelo menos por enquanto. O veículo foi gentilmente cedido para avaliação por um admirador do blog, por isso ainda se encontra sem placas. O pedido foi feito em novembro mas o carro foi entregue apenas em Janeiro, já com ano/modelo 12/12, portanto livre do recall que afetou as vendas iniciais do veículo.

Muito mais do que um Agile sedã. Foto: Marcelo Silva

Nós já publicamos as impressões do modelo no passado, após visitar uma concessionária Chevrolet, e foi bem positivo o saldo do nosso primeiro contato. A curiosidade residia apenas sobre a disposição do motor Econo.Flex 1.4, com 102 cv @ 6200 RPM e 13 kgfm @ 3200 RPM (E100 no tanque) para puxar os 1.073 kg do sedã. E como ele anda? Veremos nos próximos capítulos.

No exterior, o veículo conta com a identidade visual da marca, que infelizmente teve o Agile por inspiração. É unânime o desgosto perante a frente do hatch em questão, mas felizmente o Cobalt melhorou bastante esse quesito. Talvez por ser mais baixo e largo, além de contar com diferenças na parte inferior do para-choque, as linhas dianteiras não ficaram tão ruins no Cobalt, pelo contrário, até agradam ao vivo. Apenas os faróis poderiam ser menores e possuir dupla parábola.

Seu melhor ângulo. Foto: Marcelo Silva

Na lateral, a linha de cintura é alta, passando uma impressão de robustez e requinte. Há vincos que conferem ao carro um design bem interessante para a sua proposta. Na traseira está o seu maior trunfo, com lanternas grandes e bem desenhadas que casam de forma correta com o layout da tampa do porta-malas e o para-choque traseiro.

As belas rodas de aro 15" são calçadas com pneus Bridgestone Turanza ER300 Ecopia assimétricos, na medida 195/65 R15, que contribui bastante para o conforto do carro ao rodar devido ao seu perfil alto. Sua suspensão (Mc Pherson na dianteira e eixo de torção na traseira) também é calibrada para o conforto, sendo bem macia e tratando bem os ocupantes em vias mais esburacadas. Nas curvas a inclinação da carroceria é bem acentuada, mas está na média da categoria.

Belas rodas. Foto: Marcelo Silva

Na dianteira, o carro conta com discos ventilados, enquanto na traseira há tambores, e estes cumprem muito bem o seu papel, parando o carro em curtos espaços, sem sustos. O pedal de freio tem uma calibragem deliciosa, com boa modularidade e correta atuação. A entrada do ABS é suave e ocorre na hora certa.

As suas dimensões ficam em 4,48 m de comprimento, 1,73 m de largura e 1,51 m de altura, além dos 2,62 m de entre-eixos. Esse conjunto confere um generoso espaço interno, além de um gigantesco porta-malas de 563 litros, que abriga o estepe (temporário, 115/70 R16) em seu interior.

Estepe no lugar certo. Foto: Marcelo Silva

Ao abrir a porta do carro com a bela chave canivete, o motorista irá se deparar com um acabamento bem feito, com peças bem encaixadas e soluções de qualidade. De início nota-se que as cores do interior fogem do padrão cinza/preto dos outros carros. Há uma coloração meio marrom no volante e em partes do painel, que são de muito bom gosto. Os apliques cromados são vistos em vários pontos do interior, mas também agradam.

Bela chave. Foto: Marcelo Silva

Há plásticos duros por todo lado, inclusive aonde se apóiam os cotovelos nas portas. Foi colocada uma pequena faixa de tecido para não dizer que a porta é toda de plástico, mas faria mais sentido se ele fosse colocado nos apoios de braço ao invés de adornar as maçanetas.

Volante do Cruze. Foto: Marcelo Silva
A ergonomia é boa, com os comandos todos à mão, exceto os comandos do retrovisor elétrico, que ficam no mesmo local aonde ficaria o comando manual do lado esquerdo, obrigando o motorista a se esticar para alcançar o botão. A pegada do volante é boa, quase tão boa quanto no Fiat Linea. Os pedais são bem alinhados com o volante, bem como a alavanca de câmbio está posicionada a uma distância correta, dando uma excelente posição de dirigir.

Quanto aos bancos, possuem um tecido que lembra veludo e é bem confortável no encosto, com bons apoios laterais. O assento é estreito, mas não chega a perturbar a paz de pessoas maiores. Há regulagem de altura do banco e do volante, com boa amplitude em ambos. Para a perfeita posição de dirigir, falta a regulagem em distância da coluna de direção e, na minha opnião, o banco podia descer mais, muito mais! A posição de dirigir é muito alta, chegando a incomodar quem não gosta de dirigir nas alturas.

Amplo interior. Foto: Marcelo Silva

A visibilidade é boa para a frente e os retrovisores externos são grandes, cobrindo uma boa área, minimizando os pontos cegos. Para trás, a traseira alta e o retrovisor interno pequeno não ajudam. Para evitar problemas, melhor comprar o sensor de estacionamento, que é vendido como acessório.

O painel de instrumentos é composto por um conta-giros analógico e um visor digital ao seu lado, que apresenta computador de bordo com poucos recursos, marcador de combustível e check-control. A presença do check-control faz a diferença. Por meio de códigos (que devem ser verificados consultando o manual), o carro lhe informa se há alguma lâmpada queimada ou se o capô está aberto, por exemplo. Além disso, algumas configurações do veículo também podem ser configuradas pelo rádio, que vem de série no Cobalt LTZ. 

Painel de instrumentos. Foto: Marcelo Silva

Mas os mimos ficam por aí. Os vidros não possuem recurso um-toque nem mesmo para o motorista, e isso incomoda bastante em estacionamentos, pedágios ou afins. A iluminação interna é feita por uma lâmpada de spot simples. Também não há espelho no para-sol do motorista ou palhetas flat-blade. Acendimento automático de faróis e cruise-control, que estão presentes no Agile, ficaram fora da lista do Cobalt.

Em compensação, o carro compensa em outros detalhes, como os enormes porta-copos entre os bancos dianteiros, a grande quantidade de porta trecos e também a guarnição dupla de borracha nas portas, que é uma raridade em muitos modelos até mais caros e ajuda bastante a filtrar os ruídos do exterior.

Cabem dois copos de 500 ml aí. Foto: Marcelo Silva
O ar-condicionado manual gela bem a cabine, sem dificuldade. As saídas de ar são boas, bonitas e possuem excelente qualidade, provando que não é necessário colocar horrendas saídas de ar redondas em carros acessíveis, como ocorre em seus concorrentes Renault Logan e Nissan Versa.

A qualidade do sistema de som é muito boa, tanto em recepção, quanto em qualidade sonora. Há entrada USB e auxiliar, além de bluetooth para usar o celular enquanto dirige, caso necessário. 

Sistema de som. Foto: Marcelo Silva

No banco traseiro o espaço é surpreendente. Com 1,90 m e o banco dianteiro regulado para mim, sobrou espaço para os joelhos e também para a cabeça. Arrisco a dizer que cabem três Marcelos no banco traseiro do Cobalt, mas infelizmente o terceiro Marcelo (que viaja no meio) não contará com cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça. Além disso, sofrerá com o túnel central que é bem alto.

Muito espaço. Foto: Marcelo Silva.
No geral, o Cobalt agradou bastante no primeiro contato, com características suficientes para justificar seu grande volume de vendas desde o lançamento. Mas será que o Cobalt irá repetir a boa impressão quando for avaliado em movimento?

Marcelo Silva

3 comentários:

  1. No aguardo dele em movimento....

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  2. Carro para terceiro mundo...

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  3. Alguém sabe a marca do som original? Preciso comprar os botões de sintonização e volume.

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