quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Avaliação Fiat Linea Essence, Parte 2 - Na Cidade

Quando estacionei o Fiat Linea Essence para me ambientar com os comandos e iniciar a avaliação, nós (eu e o carro) não sabíamos o que nos esperava logo mais. Era uma sexta-feira chuvosa da primeira semana de Janeiro e estávamos na hora do rush, ou seja, combinação ideal para encontrar um grande engarrafamento. Mas, apesar das adversidades, o Linea se mostrou um bom carro na cidade.

Penamos até chegar aqui. Foto: Marcelo Silva

Logo no primeiro contato, notei como a embreagem do Linea tem curso longo, isso parece ser parte do DNA Fiat, pois notei o mesmo detalhe no Uno Vivace e também em todos os Fiat que dirigi ao longo da vida. A alavanca de câmbio é de boa pegada, mas a primeira e a segunda marcha pedem uma pisada bem funda no pedal da embreagem para que entrem corretamente, chegando a incomodar até que o motorista se acostume.

De cara algumas lombadas me mostraram que o Linea tem uma suspensão mais voltada para o conforto do que o Punto. O carro passa macio pelas ondulações mais simples, mas em buracos mais pronunciados e repetidos, o motorista é avisado por uma batida seca da suspensão que é hora de reduzir um pouco a velocidade. Os pneus de perfil alto ajudam na sensação de conforto.

Bridgestone Turanza ER30 195/65 R15. Foto: Marcelo Silva

O motor 1.8 16V E.TorQ oferece seu torque máximo em elevadas 4.500 RPM, além disso, a oferta de torque em baixas rotações é mínima, e o Fiat Linea reclama bastante se as marchas forem engatadas antes do tempo ou se o giro estiver muito baixo, algo também agravado pela massa de 1.315 kg do modelo. Segundo a Fiat, 80% do torque está disponível a 1.500 RPM e 93% está disponível a 2.500 RPM, enquanto, na prática, a impressão é diferente, pois parece que o torque entra de uma vez quando a faixa do conta-giros chega na rotação ideal. Nesse momento o carro ganha um fôlego extra que empolga, é uma pena que o motor não gira mais.

Descobri esse comportamento quando precisei acelerar para entrar em uma via expressa, retomando velocidade em 2ª marcha. O giro começa a subir que nem água de chuchu, sem gosto, mas conforme o conta-giros vai se aproximando de 4000 RPM, a força vem aparecendo e chega de uma vez, colando as costas do motorista no banco e fazendo o Linea saltar à frente com voracidade, pedindo logo outra marcha.

Motor E.TorQ. Foto: Fiat

A direção hidráulica é bastante leve e comunicativa, facilitando as manobras e a agilidade do sedã no trânsito. Os enormes retrovisores oriundos do Punto permitem excelente visibilidade. A visibilidade também é boa para trás, pelo retrovisor interno, que cobre boa área do vidro traseiro. Mesmo em manobras não há problemas. O sensor de estacionamento pode ser instalado como opcional, mas dá para viver sem ele. O único ponto crítico na visibilidade é a coluna "A", muito larga, uma mazela que também acomete seu irmão menor Fiat Punto. As pequenas vigias à frente da porta pouco ajudam e é necessário cuidado com pedestres desavisados ao dobrar uma esquina, por exemplo.

No trânsito a impressão é que o sedã é menor do que seus 4,56 m de comprimento e 1,73 m de largura sugerem. Dá para deslizar suavemente entre o mar de carros, ônibus e outros obstáculos do caos urbano, sem problemas. Só é necessário um certo cuidado até se acostumar com o pedal de freio super assistido. Uma leve pisada e os quatro freios à disco já seguram o carro com vontade. Em caso de emergência, o ABS entra bem cedo e o pedal fica meio esponjoso quando pressionado até o fundo. Mas não há com o que se preocupar, a capacidade de frenagem é exemplar.

Apenas em vagas de estacionamento o tamanho do sedã se torna evidente. O diâmetro de giro está na média com seus 10,9 m, e ajuda o carro em garagens ingratas como a minha. Confesso que levei alguns bons instantes estudando como faria para manobrar o Linea de forma a não arranhar sua bela carroceria.
O ângulo de entrada é bom e o carro não irá raspar em valetas ou rampas de garagem que sejam desse planeta. Na traseira, deve-se tomar cuidado com a vistosa ponteira de escape, que reduz o ângulo de saída.

Bom ângulo de entrada. Foto: Marcelo Silva.

E depois de quase quatro horas de engarrafamento, devo dizer que em matéria de conforto o Linea está de parabéns. Os bancos são deliciosos, o isolamento acústico é excelente e o sistema de som do carro é um convite ao bem-estar. Apenas achei que o ar-condicionado demora a gelar a cabine, principalmente na parte de trás, conforme meus passageiros informaram. Mas depois que chega à temperatura ideal, cumpre bem a tarefa de manter o clima agradável. 

Antes que eu me esqueça, o consumo médio ficou em 7,4 km/l de Etanol, de acordo com o computador de bordo. Isso mantendo o ar-condicionado ligado durante todo o tempo e com uma média de velocidade de 11 km/h. 

Descanso ao fim do martírio. Foto: Marcelo Silva.

Na próxima parte, veremos o desempenho do Linea na estrada.

Marcelo Silva

Um comentário:

  1. as partes de estacionamento e ate um crime a fiat num colocar os sensores de estacionamento de serie cada vez mais baratos, eu no caso ate ja comprei para instalar.. mais estou esperando a garantia terminar aqui na agencia de araruama cobra 450 so pra fazer o serviço pra num tirar a garantia, como eu ja arranjei um agora em setembro faz os 3 anos ai procuro um bom instalador de sensores ai pago so mao de obra...

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