Um nível acima. Foto: Marcelo Silva |
A embreagem macia do sedã casa perfeitamente com o câmbio, de acionamento suave e curso ideal. A única ressalva fica para o acionamento da ré, para a frente, nada intuitivo. As marchas entram com facilidade, todas elas, em nada se parecendo com o câmbio de outros Chevrolet posteriores ao Cobalt.
Com o banco do motorista que varia a sua altura de estratosférico até semi-espacial, retrovisores externos gigantes e direção hidráulica bem leve, a visibilidade é boa em manobras. O diâmetro de giro mediano de 10,9 m não traz problemas, ficando como vilã a visibilidade para trás, culpa do vidro inclinado e a traseira alta. Sensor de estacionamento deveria ser de série nesse carro, mas não é oferecido nem como opcional.
Cuidado comigo. Foto: Marcelo Silva |
A combinação de motorista alto com assento alto traz à tona uma falha grave. O retrovisor central cria um enorme ponto-cego à frente, ao virar à direita em esquinas. Para contornar essa situação, o motorista precisa desviar a cabeça para os lados, o que é absolutamente incômodo e inadequado. Isso não aconteceria se o assento pudesse ser regulado uns 2 ou 3 cm a mais para baixo. Atenção Chevrolet!
Uma vez adaptado ao carro, percebi que o motor 1.4 Econo.Flex está bem dimensionado para o uso na cidade. Bem elástico, o motor aceita que as marchas sejam trocadas bem cedo, privilegiando o consumo. Tanto que conseguimos uma média de 8,2 km/l de Etanol, com ar-condicionado ligado, no meio de engarrafamentos e em um carro com menos de 500 km rodados.
Retrovisor-obstáculo. Foto: Marcelo Silva |
Porém, pense duas vezes antes de levar o Cobalt para casa se você mora em uma cidade com muitas ladeiras, pois o pequeno motor revela seu lado boêmio quando o acelerador é pressionado a fundo. Nessa situação, números de consumo obscenos são exibidos no computador de bordo.
O sedã também decepciona quando precisamos acessar vias expressas. Apesar da boa potência, falta torque ao motor 1.4. A relação peso/torque do carro é de elevados 82,5 kg/kgfm. Para comparação, o fraco Uno Vivace tem 90,4 kg/kgfm e o satisfatório Linea possui 69,5 kg/kgfm.
Há falta de força em baixos e médios giros, mas com a rotação acima de 4.500 RPM, o carro parece tomar um fôlego extra, como se 16 válvulas animadas estivessem embaixo do capô, uma doce ilusão. Logo, dirigir o Cobalt com agilidade requer que o câmbio seja bem trabalhado para manter o motor sempre cheio.
E é nessas condições que o carro entrega uma de suas maiores qualidades, o isolamento acústico. O giro do motor invade pouco a cabine e não incomoda os passageiros, que certamente estarão curtindo a boa música do excelente conjunto de som e também estarão desfrutando do bom rendimento do ar-condicionado.
Amplo espaço. Foto: Marcelo Silva |
Outra excelente qualidade é o espaço interno. Na foto acima o banco do passageiro está regulado para uma pessoa de 1,80 m e, como pode ser visto, minhas pernas estão livres, algo raro de acontecer, mesmo em carros médios. E para a cabeça, sobra espaço para todos os ocupantes, inclusive para motoristas altos.
Os bancos dianteiros são confortáveis e anatômicos. O assento é meio estreito, mas se adapta ao corpo em pouco tempo. Já na traseira, os bancos são retos e contam com uma incômoda inclinação, mas não atrapalham seu uso na cidade. As portas são amplas, em especial a traseira, tornando o carro um bom eleito para os taxistas.
A suspensão macia filtra com dedicação os buracos e ondulações. Ninguém irá se sentir um saco de batatas dentro do Cobalt. Os pneus de perfil alto ajudam também, mesmo a Chevrolet recomendando 35 psi de pressão na calibragem, mesmo com carro vazio, algo um tanto elevado. E somando ao comportamento dinâmico exemplar, seus freios são bem progressivos e respondem muito bem quando são exigidos.
No geral, o Chevrolet Cobalt é um bom companheiro para o dia-a-dia, recompensando quem não tem pressa com um consumo baixo e um bom nível de conforto à bordo. Mas será que essa falta de força do motor 1.4 irá incomodar o uso do carro na estrada? Vamos ver nos próximos posts.
Marcelo Silva
Sucesso garantido com os taxistas...todos que pego falam nele...hahaha
ResponderExcluirPassa meu blog pra eles...hahaha
ExcluirNão só entre os taxistas, meu vizinho tem um e sinceramente achei um belo carro, pelo menos a versão 2016, só não sei o preço do carro, mas é um "baita de um carrão"
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