quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Avaliação Chevrolet Cobalt LTZ, Parte 2 - Na Cidade

Quando tive a primeira oportunidade de dirigir o Chevrolet Cobalt na cidade, fui agraciado por uma série de impressões positivas, algumas até surpreendentes. De certa forma, a montadora americana elevou o patamar dos carros de entrada a um nível acima, dado o refinamento deste carro em acerto de suspensão e nível de ruído. Mas sempre há espaço para melhorias.

Um nível acima. Foto: Marcelo Silva

A embreagem macia do sedã casa perfeitamente com o câmbio, de acionamento suave e curso ideal. A única ressalva fica para o acionamento da ré, para a frente, nada intuitivo. As marchas entram com facilidade, todas elas, em nada se parecendo com o câmbio de outros Chevrolet posteriores ao Cobalt.

Com o banco do motorista que varia a sua altura de estratosférico até semi-espacial, retrovisores externos gigantes e direção hidráulica bem leve, a visibilidade é boa em manobras. O diâmetro de giro mediano de 10,9 m não traz problemas, ficando como vilã a visibilidade para trás, culpa do vidro inclinado e a traseira alta. Sensor de estacionamento deveria ser de série nesse carro, mas não é oferecido nem como opcional.

Cuidado comigo. Foto: Marcelo Silva

A combinação de motorista alto com assento alto traz à tona uma falha grave. O retrovisor central cria um enorme ponto-cego à frente, ao virar à direita em esquinas. Para contornar essa situação, o motorista precisa desviar a cabeça para os lados, o que é absolutamente incômodo e inadequado. Isso não aconteceria se o assento pudesse ser regulado uns 2 ou 3 cm a mais para baixo. Atenção Chevrolet!

Uma vez adaptado ao carro, percebi que o motor 1.4 Econo.Flex está bem dimensionado para o uso na cidade. Bem elástico, o motor aceita que as marchas sejam trocadas bem cedo, privilegiando o consumo. Tanto que conseguimos uma média de 8,2 km/l de Etanol, com ar-condicionado ligado, no meio de engarrafamentos e em um carro com menos de 500 km rodados.

Retrovisor-obstáculo. Foto: Marcelo Silva

Porém, pense duas vezes antes de levar o Cobalt para casa se você mora em uma cidade com muitas ladeiras, pois o pequeno motor revela seu lado boêmio quando o acelerador é pressionado a fundo. Nessa situação, números de consumo obscenos são exibidos no computador de bordo.

O sedã também decepciona quando precisamos acessar vias expressas. Apesar da boa potência, falta torque ao motor 1.4. A relação peso/torque do carro é de elevados 82,5 kg/kgfm. Para comparação, o fraco Uno Vivace tem 90,4 kg/kgfm e o satisfatório Linea possui 69,5 kg/kgfm.

Há falta de força em baixos e médios giros, mas com a rotação acima de 4.500 RPM, o carro parece tomar um fôlego extra, como se 16 válvulas animadas estivessem embaixo do capô, uma doce ilusão. Logo, dirigir o Cobalt com agilidade requer que o câmbio seja bem trabalhado para manter o motor sempre cheio. 

E é nessas condições que o carro entrega uma de suas maiores qualidades, o isolamento acústico. O giro do motor invade pouco a cabine e não incomoda os passageiros, que certamente estarão curtindo a boa música do excelente conjunto de som e também estarão desfrutando do bom rendimento do ar-condicionado.

Amplo espaço. Foto: Marcelo Silva

Outra excelente qualidade é o espaço interno. Na foto acima o banco do passageiro está regulado para uma pessoa de 1,80 m e, como pode ser visto, minhas pernas estão livres, algo raro de acontecer, mesmo em carros médios. E para a cabeça, sobra espaço para todos os ocupantes, inclusive para motoristas altos.

Os bancos dianteiros são confortáveis e anatômicos. O assento é meio estreito, mas se adapta ao corpo em pouco tempo. Já na traseira, os bancos são retos e contam com uma incômoda inclinação, mas não atrapalham seu uso na cidade. As portas são amplas, em especial a traseira, tornando o carro um bom eleito para os taxistas.

A suspensão macia filtra com dedicação os buracos e ondulações. Ninguém irá se sentir um saco de batatas dentro do Cobalt. Os pneus de perfil alto ajudam também, mesmo a Chevrolet recomendando 35 psi de pressão na calibragem, mesmo com carro vazio, algo um tanto elevado. E somando ao comportamento dinâmico exemplar, seus freios são bem progressivos e respondem muito bem quando são exigidos.

No geral, o Chevrolet Cobalt é um bom companheiro para o dia-a-dia, recompensando quem não tem pressa com um consumo baixo e um bom nível de conforto à bordo. Mas será que essa falta de força do motor 1.4 irá incomodar o uso do carro na estrada? Vamos ver nos próximos posts.

Marcelo Silva

3 comentários:

  1. Sucesso garantido com os taxistas...todos que pego falam nele...hahaha

    ResponderExcluir
  2. Não só entre os taxistas, meu vizinho tem um e sinceramente achei um belo carro, pelo menos a versão 2016, só não sei o preço do carro, mas é um "baita de um carrão"

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...