Avaliação Linea Essence, Parte 5 - Considerações Finais

Chegamos enfim à conclusão da avaliação que fizemos com o Fiat Linea Essence. Depois das impressões iniciais, das avaliações na cidade, estrada de mão única e mão dupla, vamos agora colocar na ponta do lápis o quanto o Linea pode ser interessante a quem estiver interessado no modelo de vendas pouco expressivas no mercado.

Vale à pena? Foto: Marcelo Silva

Vendido no Brasil desde 2008, o modelo não teve nenhuma mudança em seu visual desde o lançamento. Sua única mudança foi a adoção do motor E.TorQ 1.8 16V no lugar do 1.9 16V "Torque" nas versões inferiores, sem nenhum prejuízo de desempenho e com ganhos consideráveis em eficiência. A versão T-Jet continua usando o motor 1.4 16V turbinado.

O modelo hoje é vendido nas versões Essence, com câmbio manual ou automatizado Dualogic, Absolute Dualogic e T-Jet, com preços de tabela em R$ 56.990, R$ 59.990, R$ 67.900 e R$ 70.780, respectivamente. 

A versão avaliada pelo Direção Assistida é a Essence com câmbio manual, em sua configuração básica, que oferece apenas o básico, ou seja, direção hidráulica, trio elétrico, rádio, ar-condicionado, rodas de liga leve, freios ABS e airbags frontais. E isso não é suficiente para o preço cobrado por esse carro.

Apesar do seu porte avantajado, seu espaço interno é ruim no banco traseiro. O interior possui acabamento pobre para a categoria e preço do veículo, com plástico duro por todos os lados. Além disso, o Linea é derivado de um carro tido aqui como "compacto premium", ou seja, o Fiat Punto, e não nega sua semelhança com este, dispondo das mesmas qualidades e defeitos.

Como pontos positivos pode-se destacar o rendimento justo do conjunto motor/câmbio, o comportamento dinâmico exemplar do carro em várias situações, além do conforto acústico dentro do carro e a excelente posição de dirigir.

Para que as vendas do Linea pudessem melhorar, a Fiat deveria assumir a identidade do carro como Punto sedã desde seu lançamento, cobrando preços similares ao hatch, oferecendo inclusive o motor E.TorQ 1.6 16V nas versões de entrada. Com preços a partir de R$ 47.000, o Linea seria imbatível no mercado, oferecendo uma opção maior e mais requintada aos compradores do Siena. Hoje em dia seria inclusive uma pedra no sapato das versões mais caras de Renault Logan, Nissan Versa, Chevrolet Cobalt e VW Voyage.

Mas infelizmente essa não foi a ação tomada pela Fiat, que deixou o veículo à mercê da própria sorte, dependendo de promoções e descontos para alcançar algum prestígio nas vendas. Eu diria que é um Renault Symbol da Fiat, pois são dois carros com bons motores, bom comportamento dinâmico, bom conforto para o motorista, mas falta espaço no banco traseiro e requinte suficiente para vender bem. Pelo menos o Symbol é mais barato.

Agora é tarde para o Fiat Linea reagir, afinal o Novo Siena já está no forno e o Linea deve ser substituído por uma versão "italianizada" do novo Dodge Dart, com plenas condições de realmente fazer frente à ampla concorrência, composta por Honda Civic, Toyota Corolla, Renault Fluence, Peugeot 408, entre outros.

Diante dos fatos acima, fica complicado optar por um Fiat Linea na hora de comprar um novo carro. Se a posição de dirigir, o comportamento dinâmico e o rendimento do motor são fatores que influenciam sua compra, eu sugiro partir para um hatch médio. E se você quer um sedã com essas qualidades acima, mas não se importa com pouco espaço no banco traseiro, o Ford New Fiesta é o seu número.

A ficha técnica e mais detalhes do modelo, você encontra aqui.

Marcelo Silva