terça-feira, 29 de maio de 2012

Impressões: Chevrolet Sonic

A Chevrolet, mediante seus esforços contínuos para renovar sua linha aqui no Brasil, apresenta seu novo lançamento, o Chevrolet Sonic, em versões Hatch e Sedan, para brigar na categoria de "compactos premium", composta por Honda FitFord New Fiesta e os cansados Fiat Punto, VW Polo e Citroën C3. Ao contrário do que todos esperavam, o carro é importado da Coréia do Sul e não no México, o que deve ser alterado até o final de 2012, resultando em uma margem de lucro (ou de negociação) maior para a montadora americana. Mas, afinal, como se comporta o lançamento?



Chevrolet Sonic Hatch LTZ Manual

Com cara de Mitsubishi Lancer e nome do famoso e veloz porco-espinho que me deu tanta alegria durante as horas que eu gastava frente ao videogame, confesso que minha impressão inicial em relação àquele hatch azul foi emocionalmente boa. O visual é realmente agressivo, da frente à traseira, passando pelo retrovisor cromado até as maçanetas traseiras embutidas na coluna. As rodas aro 16 são bonitas, reforçando o aspecto esportivo do perfil do carro.

Eu particularmente gostei dos faróis. São inovadores ao "saltar" da máscara negra sem uma lente de policarbonato na frente, dando ao carro uma identidade própria, diferente de tudo na linha Chevrolet. Mas como não há almoço grátis, o logotipo da marca parece ter sido colocado no lugar errado. Combina tanto com a dianteira quanto enfeitar um Pitbull macho com um lacinho rosa, com bolinhas amarelas, na frente do focinho, com dizeres "sou do papai" em letras brilhantes.


O interior do carro é bonito, usa saídas de ar redondas de qualidade nas laterais, como todas deveriam ser. O painel de instrumentos é tido por muitos como inovador, mas aqui no Brasil o Chevrolet Cobalt já usa algo parecido, com a diferença de não estar exposto, como ocorre no Sonic. O rádio, completo, também é o mesmo do primo pobre, só há diferença na disposição dos botões. A mesma semelhança é vista nos comandos de ar-condicionado, comandos de luzes, volante e alavanca de câmbio.


Por falar em câmbio, que delícia de caixa. Perde por pouco para a MQ 200 da Volkswagen, mas é precisa e suculenta nos engates. O pedal de embreagem é macio e a direção hidráulica é suave, manobrar o carro é tão simples e fácil quanto o seu irmão de plataforma Chevrolet Cobalt. Confesso que não entendi a opção da Chevrolet pela caixa de 5 marchas, em detrimento à caixa de 6 marchas do Cruze, que seria muito mais condizente com a proposta esportiva do carro, além de talvez melhorar o consumo.

O motor é o Ecotec 1.6 16V, com duplo comando variável de válvulas, dotado de 120/116 cv @ 6000 RPM de potência e 16,3/15,8 mkgf @ 4000 RPM, com Etanol e Gasolina no tanque, respectivamente. E a missão da cavalaria é puxar 1150 kg de massa, distribuídos em 4,04 m de comprimento, 2,53 m de entre-eixos, 1,52 m de altura e 1,74 m de largura.


Os bancos de tecido são deliciosos, muito mais confortáveis que os do Cobalt, lembrando mais os bancos do Cruze. A posição de dirigir também segue o mesmo padrão, possibilitando ao motorista regular o assento em uma posição baixa ou alta o suficiente para agradar gregos e troianos (ou homens e mulheres). Sobra espaço para as pernas de um cara grande como eu na frente, bem como há espaço confortável para os ombros e bom apoio para os braços. Há, inclusive, um confortável apoio de braço central, indispensável em viagens, mas que pode atrapalhar a tarefa de trocar marchas para aqueles com braços mais curtos. No banco traseiro as coisas complicam para quem cresceu demais.

Na hora de colocar o Sonic em movimento, a relação curtíssima da primeira marcha faz com que o carro pule à frente com vigor, mas a brincadeira vai ficando menos divertida conforme as marchas vão subindo e, no final, o Chevrolet Sonic mostra um desempenho parecido com o do Ford New Fiesta e do Fiat Punto Essence 1.6 16V. Não é decepcionante, mas também não é empolgante. Falta tempero. E esse tempero é justamente o motor Ecotec 1.8 do Cruze, que graças aos bean counters, não é oferecido ao Sonic "brasileiro". Esse carro definitivamente não faz jus ao nome compartilhado com o porco-espinho veloz do videogame. Dr. Ivo Robotnik ficaria satisfeito.


Não levei a sério o consumo de 5,2 km/l de Etanol do computador de bordo, visto que o modelo avaliado não tinha nem 2000 km rodados. Caso se confirme esse consumo ruim no futuro, fica claro que a Chevrolet está tendo problemas para combater o alcoolismo de seus motores Ecotec.

E, convenhamos, quando um carro não é extremamente rápido e bebe muito, ele precisa ser confortável para não ser irritante. Nesse aspecto o Sonic tira de letra, com sua suspensão confortável e bem calibrada, que parece ter nascido pronta para o solo lunar do asfalto brasileiro. A configuração é padrão, McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Os freios respondem com louvor, mesmo quando exigidos. E o ABS, de série, é bem permissivo. Mancada a Chevrolet cometeu em não oferecer controle de tração/estabilidade nem como opcional, coisa que o Ford New Fiesta oferece desde sua versão intermediária.

E quanto vai custar essa brincadeira? R$ 46.200 para o LT Manual, R$ 48.700 para o LTZ Manual e R$ 53.600 para o LTZ Automático.

Chevrolet Sonic Sedan LTZ Automático

Se o desenho do hatch agrada no geral, dê uma espiadinha no sedan. Da porta dianteira para a frente, nada muda. A porta traseira segue o caimento do teto, que tem perfil suave. A maçaneta volta para o lugar habitual. Não há a menor impressão do carro ter sido uma adaptação do hatch, o Chevrolet Sonic Sedan tem vida própria, identidade própria. Isso inclui o vidro traseiro gigantesco, que chega a ser estranho à primeira vista, mas acostuma-se. A lanterna traseira tem desenho semelhante à lanterna do hatch, mas aqui a máscara negra ficou de fora.


No interior tudo igual, exceto pela alavanca do câmbio automático de 6 marchas, que equipará o Chevrolet Cobalt 1.8. As trocas sequenciais são feitas por meio de um botão no lado esquerdo da alavanca, o que causa estranheza, mas satisfaz àqueles que gostam de controlar a situação. Eu confesso que usei uma vez pra testar e logo esqueci. Essa caixa usufrui muito bem do motor, entregando boas respostas sempre que solicitada. Cruise-control só existe na versão automática.

Os bancos de couro são confortáveis e dão mais requinte ao interior. Não seria nada mal a Chevrolet oferecer ar-condicionado digital nessa versão, mas, ainda assim, o equipamento analógico cumpre sua função com louvor.


Dentro do capô, tudo igual. A diferença é que, além de estar acoplado a uma caixa automática, agora são 1171 kg para carregar, fruto de um carro com 36 cm a mais de comprimento do que o hatch (4,40 m). Na largura, altura e entre-eixos, nada muda. Os pneus são Kumho Solus KH17 em ambos os carros, na medida 205/55 R16. A versão LT usa pneus 195/65 R15, iguais aos do Cobalt.

Em movimento, o câmbio automático de 6 marchas mostra o motivo pelo qual câmbios de 4 marchas são ridículos hoje em dia. Essa caixa dá vida ao motor 1.6 16V, com trocas de marcha constantes, sem contribuir para um aumento muito grande do consumo de combustível, o que chega a ser interessante. Na estrada a 100 km/h, o carro viaja tranquilo, aproveitando a relação longa desta marcha. As posições do câmbio são as habituais PRND, com direito ao "M" para as trocas manuais.


O conforto e comportamento dinâmico é similar ao encontrado no hatch, mas percebi os freios ainda melhores no sedan. Até saí para verificar se havia algo diferente, mas não havia, ambos usam discos ventilados na frente e tambor na traseira. Talvez o peso maior na traseira faça com que o freio traseiro seja mais utilizado nas frenagens. De qualquer forma, a Chevrolet merece meus parabéns por essa calibração tão boa. Mais uma vez eu lembro do... Cobalt!

E quanto ao preço? R$ 49.100 para o LT Manual, R$ 51.500 para o LTZ Manual e R$ 56.100 para o LTZ Automático. Considerando que o Ford New Fiesta Sedan também possui preço elevado e o Honda City possui um preço, digamos, surreal, pode ser que o Sonic Sedan encontre um ambiente favorável para boas vendas.

Resumindo...

Na minha opinião, o Sonic Hatch LT possui uma boa relação custo/benefício, e seria a minha escolha. Para quem quer um Sedan automático da Chevrolet, com câmbio de 6 marchas, conforto, espaço e bom comportamento dinâmico mas não quer pagar tão caro pelo Chevrolet Cruze, não pense duas vezes... espere o lançamento do Chevrolet Cobalt 1.8 Automático.

Texto: Marcelo Silva
Fotos: Divulgação

4 comentários:

  1. A frente do Sonic foi copiada descaradamente do Mitsubishi Lancer, e o painel lembra o de uma moto. Isso não desmerece o carro, que é bom e de qualidade, mas tira um pouco de sua personalidade. É como olhar pro Michel Temer e lembrar do Conde Drácula...

    ResponderExcluir
  2. Acho uma aposta muito arriscada essa história da GM de introduzir esse painel misto, como os utilizados nas motocicletas esportivas. Claro que para a industria automobilística não cabe se manter na mesmice mas mudanças muito ousadas podem acarretar um "mico" grandioso. Assim só resta esperar e ver!

    ResponderExcluir
  3. gosto é complicado.... mas o que esta sendo julgado é a qualidade, e uma coisa ficou nítida, VC NAO ENTENDE NADA DE CARROS , isso é explicito.
    Falar que carros da GM ( montadora que engana os clienres há mais de 10 anos com defeitos crônicos omitidos), sem falar que FIAT kkkk NEM CARROS SAO. vai fazer qualquer outra coisa na sua vida meu amigo. porque uma coisa é certo : de carros vc não entende nada. A nivel de Brasil, VW esta anos luz na frente dessas outras.

    ResponderExcluir
  4. concordo, esse Marcelo esta colocando seu gosto pessoal ao invés de ser imparcial. Seja profissional.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...