domingo, 30 de dezembro de 2012

Avaliação VW Gol 1.0, Parte 4 - Na Estrada II

Na parte anterior, pudemos observar o comportamento do VW Gol 1.0 em estradas de mão única. Finalizando a série de avaliações na estrada, levamos o compacto para estradas de mão dupla, aonde o rendimento do motor é mais exigido do que em qualquer outra situação.





3. BR-101 (carro vazio, só o motorista)

Quando eu levei o Gol 1.0 para avaliação na BR-101, já estava preparado psicologicamente para seguir viagem em ritmo lento, preso atrás de longos caminhões e à mercê dos pedregulhos levantados pelos pneus desses monstrengos da estrada. Ledo engano.

Fazer uma redução de 5ª para 3ª faz o motor VHT gritar bem alto, mas com o pé no fundo do acelerador a força chega e permite que o carro ganhe velocidade com certa facilidade. Digamos que o rendimento é tão interessante quanto de certos modelos 1.4, e infinitamente superior ao motor do Uno Vivace que avaliamos anteriormente.


O compacto 1.0 acelera bem até cerca de 130 km/h, e a partir daí as coisas ficam mais críticas, portanto faz-se necessário planejar a manobra de ultrapassagem com cuidado. Como o modelo avaliado não possuía conta-giros, foi necessário ficar com o ouvido atento, para evitar um corte de giro em momento crítico.

Nas proximidades de Rio das Ostras (RJ), me deparei com uma chuva intensa, e  os pneus Goodyear GT2 foram cumpridores de sua função, com raros momentos de aquaplanagem. Os limpadores também foram fundamentais para manter boa visibilidade, são de boa qualidade.

Após um percurso de aproximadamente 300 km, o consumo observado foi de 11,2 km/l com etanol, o que pode se considerar uma marca interessante, devido às constantes necessidades de se elevar o giro.

4. RJ-104 (carro cheio, quatro ocupantes)

Trabalhar o câmbio MQ200 que equipa os VW modernos é uma delícia, e essa será uma das suas poucas alegrias ao encarar uma estrada de mão única com o Gol 1.0 cheio. Ultrapassagens precisam ser calculadas com muita precisão, pois mesmo reduzindo marcha e colando o acelerador no assoalho, o giro sobe lentamente e irrita o condutor.


Algo que observei foi que a boa suspensão não perde sua boa função de absorver impactos mesmo quando o carro está bem pesado, e a filtragem do asfalto crocante da rodovia foi muito boa. Pena que os pneus continuaram decepcionando, e pude ver o quão ruins eles são ao dirigir, logo depois, um carro idêntico calçado com pneus Pirelli P4 Cinturato de mesma medida, que foram sempre muito bons.

O consumo medido foi de 12,6 km/l, mas não pode ser usado como parâmetro, uma vez que a maior parte da viagem foi cumprida entre 50 e 60 km/h, atrás de caminhões, ônibus e todo tipo de veículo lento.

Texto e fotos: Marcelo Silva


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